por Anita Rebeca Fischer Moraes
Eu tenho preguiça. Você, que está lendo, também sente preguiça. E nem todos que a sentem são preguiçosos.
Sei disso quando, às 6 horas da manhã, meu despertador liga e é hora de levantar. A cama está tão gostosa… e tem um dia todo pela frente! Vamos lá! Este é o meu primeiro pensamento. Faço uma pequena oração e já me levanto!
Conheço inúmeras pessoas que programam o relógio para tocar a cada x minutos, por até uma hora desde o primeiro toque. E vão postergando levantar até o último momento, quando já estão atrasadas.
Esse pode ser considerado preguiçoso? Cuidado! Mesmo porque o nome tem conotação pejorativa (desconheço quem tenha orgulho de sê-lo), e cada caso é um caso e não se sabe a história precedente de cada um. Levantamos uma pequena cena do sujeito e não temos dados suficientes para avaliá-lo. Lembre-se: mapa não é território!
Porém, voltando a preguiça: acredito que todos a sentimos, vez ou outra. Uma vez li em algum livro, do autor Norberto Keppe, de que “todo ser humano” é preguiçoso. Discordo. Concordo que a sentimos, mas isso não nos torna preguiçosos.
Tenho certeza, no meu caso, de que não sou preguiçosa, sou bem produtiva. E até sinto um certo orgulho disso. Diante de uma tarefa, seja ela qual for, maior ou menor dificuldade, vejo-a pronta, antes de iniciá-la. Em Programação Neurolinguística (PNL), todas as estratégias de motivações (pelo menos as que conheço), levam o sujeito a visualizarem a tarefa terminada. Esta é uma estratégia boa, que tem me satisfeito sempre.
Outro dia, recebi a informação de que a vontade de fumar leva alguns segundos (seis ou 12). Após isso, se você conseguir mudar seu pensamento, poderá postergar o cigarro.
No caso da preguiça, acredito que aconteça algo semelhante. Você a sente, e se mudar o foco, ela se apagará.
Convido você leitor a experimentar o seguinte: Escolha uma tarefa que tem postergado com frequência. Você gostaria de terminá-la? O que ganharia fazendo isso? O que te impediu de já tê-la feito?
Agora, imagine já tendo conseguido. Isso lhe dá quanto prazer?
Pergunta: por acaso você imaginou que o mundo estaria se divertindo e você estaria sofrendo aí na sua tarefa? Pois é, esta é uma boa estratégia para postergar algo.
Ela é muito útil quando lhe fazem um desaforo e você deixa para “pensar sobre isso” mais tarde, pois está muito entretido com outro pensamento melhor.
E por falar em pensamento, que pensamentos têm ocupado seu mente ultimamente? Como você tem se sentido? Cansado, enfadonho, mal-humorado? Ou, ao contrário, bem-disposto, pró-ativo e otimista?
Saiba que pensamento tem a mesma reação, em nossa mente, do que alimento em nosso organismo, estômago. Você certamente não come alimento estragado, pois sabe que vai fazer mal, dar uma indisposição etc… Poucos, porém, sabem que pensamento “ruim”, também faz mal para a mente. E o oposto, idem. Pensar coisa boa, resulta em sentir-se bem. Na TV existe um programa com o nome: “Você é o que você come”, e eu diria, “Você é o que você pensa”.
Experimente lembrar, ou até inventar agora, uma experiência maravilhosa. Sim, porque se você vai inventar, invente uma BOA! Dá o mesmo trabalho e você se beneficia muito dela.
Vale até mesmo imaginar que você é o grande ganhador da Mega Sena (se isso o faz feliz), ou até mesmo que está numa ilha paradisíaca com aquela pessoa, seja ela qual for! E, claro, numa cena fantástica! Gilberto Cury, presidente da SBPNL – Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística, sempre diz que a mente é melhor do que história em quadrinhos! (E pensar que alguns a transformam em filmes de terror, não porque querem, mas muitos porque não o sabem).
Agora, montou sua cena? Caprichou? Faltou algum detalhe importante? E como está se sentindo? Mal é que não! E você só precisou alguns segundos para provocar este resultado.
Quando você está com muita raiva, preso a um congestionamento monstro, ou mesmo fazendo um exame desconfortável, tipo ressonância magnética, como poderia mudar o que sente, já que tem zero condição de mudar a situação externa?
Ah, mas isso é só fantasia, diriam alguns. Pois é mesmo. Porém, como você “escolhe” sentir-se? Nós temos este poder de escolha, e isso torna nossa vida fantástica.
Coisas ruins e boas acontecem a todos nós. Como nós lidamos com o que acontece é que vai fazer total diferença.
Alguém te disse algo que poderia ser considerado ofensivo? Dê outro significado a isso. Para você. E quem sabe ignore este comentário. Imagine que não fala esta língua e, portanto, não entendeu. Divertido? Eu acho.
Voltemos ao caso da preguiça.
Imaginemos que você tem algumas horas livres no domingo à tarde. E uma porção de textos para ler e catalogar ou qualquer outra tarefa necessária.
Está achando cansativo antes mesmo de iniciar? E se você estivesse na primeira classe de qualquer lugar, avião, navio, suíte presidencial do melhor hotel do mundo, tomando uma taça da sua bebida preferida, com todo o glamour possível, fazendo sua tarefa. Seria diferente?
Xô preguiça!