por Anita Rebeca Fischer Moraes
As causas do desenvolvimento de fobias, como o medo de viajar de avião, por exemplo, podem ter diversas origens. Entre elas, estão por exemplo, o fato de que uma pessoa, ao ouvir notícias de um acidente aéreo, sempre amplamente veiculadas pela mídia, pode desenvolver receio em relação a viajar de avião. Também incidentes durante uma viagem aérea, como turbulência ou mau tempo, pode causar pavor na pessoa.
O medo pode ainda ser adquirido por intermédio de histórico familiar, ou seja, o pai ou a mãe tinham medo de avião e passaram este medo aos filhos. E, também, o indivíduo pode generalizar uma sensação que é inicialmente desencadeada por um medo específico. Por exemplo, uma pessoa que ficou presa no elevador pode ampliar esse medo para lugares fechados. É um medo vindo do passado que se expande e atinge situações semelhantes ou que recordam, de alguma maneira, aquela sensação negativa.
O ser humano não nasce com medos. Uma prova disso é o fato de toda criança ser ousada: ela mexe na tomada, puxa o rabo do cachorro etc. Em algum momento da vida, o indivíduo adquire certos medos, geralmente durante a primeira infância. O simples contato com um filme ou uma fotografia que mostra um acidente aéreo pode ter sido o gerador do medo. A Programação Neurolinguística agirá através da regressão para descobrir qual o momento em que foi gerada a fobia. A partir do contato com a sensação que causa o medo, iremos tratá-lo.
Ao resgatarmos a sensação, é preciso atualizar a informação que ela contém. A Programação Neurolinguística levará os recursos que o individuo precisou naquela situação e não teve. Não podemos mudar a história, mas podemos trabalhar a maneira como a sensação ficou arquivada.
Em um dos casos que trabalhei, minha paciente era diretora de uma agência de viagens, mas delegava todas as viagens que precisava fazer ao seu sócio. Ela estava se auto-sabotando por causa do medo que sentia. Quando me procurou, descobrimos que ela também se sentia mal quando entrava em elevadores e lugares fechados, ou seja, o medo não era especifico em relação a aviões.
Buscamos a sensação do medo através da regressão e voltamos à sua infância. Com aproximadamente 3 anos, ela tinha ingerido uma grande quantidade de álcool e entrado em coma alcoólico. Durante a adolescência, a sensação de perigo de morte era disparada toda vez em que ela entrava em lugares fechados e perdia o controle da situação. Trabalhamos com aquela situação em duas sessões e depois disso ela viajou para a Nova Zelândia, já segura e tranquila quanto à viagem.
Nosso cérebro é esperto; se ele instalou uma fobia em um segundo de nossas vidas, não precisamos de anos de terapia para retirá-la dali. No entanto, os casos são relativos, a cura irá depender do que está por trás do medo.
Em um outro caso, um rapaz acordou de uma anestesia amarrado à cama no hospital. A partir disso ele generalizou essa sensação e adquiriu fobia de lugares em que se sentia preso, como elevadores e avião. O tratamento durou seis meses e conseguimos modificar as informações arquivadas, fazendo-o entender melhor a situação em que se encontrava quando a fobia foi gerada.
Ao final do tratamento, a pessoa pode continuar não gostando de aviões, mas irá conseguir viajar se sentindo tranquila, segura e confortável. A Programação Neurolinguística é uma ferramenta essencial para ajudar as pessoas a superar fobias e, assim, melhorar sua qualidade de vida, ganhando autonomia e melhorando sua auto-estima e, portanto, sua vida.