Cinco comportamentos que você deve observar sempre para ampliar ou consolidar a confiança dentro dos times que comanda ou de que faz parte.
Julho de 2014, Copa do Mundo no Brasil.
Após a vitória nas oitavas de final, o comandante da Seleção Brasileira, Luis Felipe Scolari, convoca para uma reunião particular, em um ato no mínimo estranho, seis jornalistas em meio aos aproximadamente 300 que cobriam a Seleção na Granja Comary.
294 jornalistas se perguntavam sobre o que o técnico queria com aqueles seis jornalistas em especial.
Após uma conversa de aproximadamente uma hora, saem os seis jornalistas eleitos e, imediatamente, inicia-se uma bateria de perguntas dos outros 294 que foram excluídos do papo.
– O que o Felipão queria?
– O que está acontecendo?
Um deles se pronunciou em um famoso canal esportivo:
“O Felipão disse que está preocupado com a Seleção. Solicitou o retorno da psicóloga que atende e conversa com os jogadores, visto que eles estão sob muita pressão por jogarem em casa e terem a obrigação de vencer. Disse ainda que se arrependeu de uma das 23 convocações que fez para a copa, deixando claro que um de seus comandados não deveria estar ali.”
Naquele momento, dentro do hotel, os jogadores em folga assistiam a este comentário e assim quebrava-se o mais sólido alicerce para a construção de uma equipe: a confiança.
Palavra que vem do latim CONFIDENTIA. “confiança”, de CONFIDERE, que significa “acreditar plenamente, com firmeza”. Formada por CON, intensificativo e FIDERE, “acreditar, crer”, que deriva de FIDES, “fé”.
Imagine que cada jogador soube, pela televisão, que poderia ser o tal comandado que o Felipão estava arrependido de ter convocado.
Como uma bomba, aquele comentário destruiu o que poderíamos chamar de um ambiente seguro.
Quando não existe o sentimento de confiança entre os membros de uma equipe, três sintomas podem representar bem o que acontece na cabeça de cada um deles:
Agendas Ocultas: cada membro da equipe passa a pensar somente em si, esquecendo dos outros, e mais ainda, do que representa estar naquela equipe.
Desconfiança: passam a encarar os outros membros como pessoas que podem a qualquer momento prejudicá-los, questionando seus pensamentos e ações.
Competição: tornam-se competitivos entre si, priorizando a sobrevivência individual e não o bem comum. Todos os membros tornam-se oponentes e deixam de ser colegas.
Um alicerce como a confiança leva infinitamente mais tempo e envolve muitos passos para se solidificar. Mas um simples comportamento ou atitude pode destruí-la por completo.
Se você deseja ampliar ou consolidar a confiança dentro dos times que comanda ou de que faz parte, é fundamental observar cinco comportamentos que você deve praticar sempre:
Falar a verdade: muitas pessoas cobram verdade e sinceridade, só que por sua vez não estão dispostas a falar tudo o que pensam por medo de julgamentos e conflitos das outras pessoas.
Honrar compromissos: prometeu? Cumpra! Parece simples, porém é uma das competências mais difíceis para quem deseja criar confiança.
Respeite as pessoas: cada pessoa é única, e saber entende-las antes de julgá-las é um grande diferencial. Lembre-se de que o outro não está certo ou errado por pensar de forma diferente de você. Simplesmente pode ser apenas uma outra forma de ver as coisas.
Saber ouvir: ouvir até o final, além de demonstrar pleno respeito às ideias e formas de pensar dos outros, garante que você tenha tempo suficiente para uma resposta assertiva. Algumas pessoas insistem em focar na resposta ao invés da escuta.
Confie nas pessoas: assim como você gostaria que as pessoas confiassem em você, por que não experimenta fazer o mesmo até que a pessoa prove o contrário?
“Aquele que não tem confiança nos outros, não lhes pode ganhar a confiança.” (Lao Tsé)