História da PNL
No início dos anos 70, Richard Bandler, um estudante de psicologia, e John Grinder, um professor de linguística, iniciaram os estudos sobre PNL na Universidade de Santa Cruz – Califórnia. Os primeiros trabalhos que realizaram foi modelar famosos terapeutas da época, buscando identificar quais eram os padrões internos e externos que eles utilizavam que tornavam o trabalho deles tão efetivo. Esses terapeutas eram Milton Erickson, um médico hipnólogo, Virginia Satir, que atuava com terapia familiar e Fritz Perls, que desenvolveu a terapia de Gestalt.
Bandler e Grinder começaram a modelar esses terapeutas, tanto na linguagem corporal (não verbal) quanto na linguagem falada (verbal), buscando desenvolver técnicas que eles mesmos pudessem replicar, elevando desta forma os resultados nos seus próprios atendimentos. Outros estudantes e pesquisadores se envolveram com este trabalho de “modelagem”, ampliando-o para diferentes contextos (negócios, artes, criação), focando em pessoas de sucesso, sempre buscando identificar quais eram os padrões que faziam a diferença nos resultados que estas pessoas alcançavam.
Observou-se alguns padrões externos, como comportamentos e linguagens específicas que essas pessoas utilizavam, que as ajudavam a realizar suas atividades com excelência e influenciavam seus resultados. Eles também observaram que existiam padrões internos, como crenças e pressupostos, que eram poderosos recursos para o alcance do sucesso.
Ou seja, por trás dos nossos comportamentos existe uma estrutura interna de pensamentos e emoções que impactam diretamente as nossas ações e consequentemente os resultados que alcançamos em nossas vidas.
Em 1981, Gilberto Cury teve um papel fundamental ao introduzir a Programação Neurolinguística (PNL) no Brasil, uma movimentação significativa que partiu diretamente das fontes iniciais do campo, especialmente dos trabalhos pioneiros de Richard Bandler e John Grinder. Bebendo diretamente dessa fonte, Gilberto absorveu as metodologias e técnicas desenvolvidas nos Estados Unidos e adaptou-as ao contexto brasileiro, o que foi um passo decisivo para disseminar esses conhecimentos em uma nova região geográfica e cultural.
A chegada da PNL ao Brasil, pelas mãos de Gilberto , significou não apenas a tradução de uma linguagem e de técnicas, mas também a adaptação cultural dos conceitos para que se encaixassem às particularidades locais. Isso envolveu entender como os padrões de comunicação, comportamento e pensamento brasileiros poderiam se alinhar e ser potencializados pelas técnicas de PNL.
Além disso, a introdução da PNL no Brasil por Gilberto culminou na criação de estruturas de ensino e formação, como a Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística (SBPNL), que se consolidou como um centro de excelência em PNL na América Latina. Esse estabelecimento permitiu não apenas a formação de profissionais na área, mas também promoveu um entendimento mais profundo e uma aplicação prática das técnicas de PNL em variados setores, desde o corporativo até o pessoal.
Por que utilizar a PNL?
Por trás de toda ação existe uma razão, um motivo para agirmos. Se buscamos gerar uma mudança no comportamento de uma pessoa, ou seja, na sua atuação, precisamos compreender primeiramente o motivo da pessoa agir da forma que age, o modelo de mundo dessa pessoa, o que chamamos de modelos mentais.
Segundo Peter Senge, modelos mentais são “pressupostos profundamente arraigados, generalizações, ilustrações, imagens ou histórias que influem na nossa maneira de compreender o mundo e nele agir”. Em outras palavras, são os modelos mentais de cada indivíduo que definem como o mesmo irá perceber o que está acontecendo a sua volta, como irá se sentir com isso, como ele pensa e, finalmente, como irá agir.
O problema que encontramos, referente aos nossos modelos mentais, é que a maioria é inconsciente, ou seja, não sabemos que possuímos um determinado modelo mental e isso faz com que muitas vezes ajamos de determinada maneira sem nem saber exatamente o porque.
É ai que a Programação Neurolinguística emerge como uma ferramenta poderosa nesse contexto, porque oferece métodos para não apenas descobrir esses modelos mentais inconscientes, mas também para modificar esses padrões de pensamento e comportamento que podem estar limitando a realização pessoal e profissional. A PNL trabalha com a premissa de que é possível “reprogramar” a mente, a fim de alcançar melhores resultados e uma maior satisfação em diversas áreas da vida.
Um dos principais benefícios da PNL é a sua capacidade de promover a autoconsciência e a autogestão. Ao entender como nossos pensamentos afetam nossas emoções e comportamentos, podemos tomar medidas mais informadas e controladas para mudar aqueles que são prejudiciais ou ineficazes. Ela oferece técnicas específicas que ajudam indivíduos a desmontar crenças limitantes e a construir novas, mais positivas e fortalecedoras.
O que é PNL?
A PNL permite compreender melhor nosso funcionamento interno, identificar nossos modelos mentais, para que possamos questioná-los, refletir sobre eles e se é preciso ressignificá-los.
Esse aspecto é que influenciou o surgimento do nome “programação”, pois esse conhecimento sugere que a partir das nossas histórias, experiências, valores, somos programados a ter determinadas crenças e modelos mentais que impactam diretamente o nosso comportamento. Da mesma forma, que a partir de técnicas de PNL e ferramentas podemos “reprogramar” a nossa estrutura interna com foco nos resultados que queremos alcançar.
Se pararmos para refletir, todos nós temos histórias de vida, interesses, valores, crenças e motivações completamente diferentes, o que faz com que tenhamos percepções de mundo diferentes. Isso faz com que pessoas vejam as situações de formas distintas e, consequentemente, também reajam de outras maneiras, o que pode interferir diretamente no relacionamento interpessoal.
A realidade externa de um evento é igual para todos, e recebemos as informações através dos nossos canais sensoriais (NEURO), que passam por filtros (PROGRAMAÇÃO) e formam uma representação interna para a pessoa. Essa representação interna gera um estado na pessoa, ou seja, leva a diferentes emoções que acabam interferindo na fisiologia e também nos comportamentos, nas ações dessa pessoa, tanto aspecto verbal quanto não verbal (LINGUÍSTICA).
A grande questão está vinculada aos filtros utilizados, pois estes são diferentes para cada pessoa. É comum uma pessoa, ao processar as informações, omitir alguma parte ou logo já generalizar a informação, podendo até distorcê-la, baseado em seus valores, crenças e histórico de vida. Então, ao observar a reação ou o comportamento de uma pessoa frente à determinada situação, é importante termos claro que esta pessoa tem um mapa de mundo diferente do nosso. E para ajudá-la no seu desenvolvimento, devemos primeiramente compreender o “mapa” que ela utiliza.
Todos os padrões internos e externos que os pesquisadores identificaram nas pessoas que alcançam os resultados que desejam em suas vidas foram transformados em modelos, ferramentas e técnicas que hoje são ensinados pela SBPNL.
Como tudo aconteceu?
Como Nasceu o Practitioner em PNL?
No final da década de 70, mais precisamente no segundo semestre de 1979, Denver, Colorado, foi palco de um evento significativo na história da Programação Neurolinguística (PNL): o primeiro curso de Certificação de Practitioner em PNL. Este curso não apenas marcou o início de uma nova era na educação em PNL, mas também definiu os padrões para futuras formações na área.
Os fundadores da PNL, Richard Bandler e John Grinder, juntamente com Leslie Cameron Bandler, David Gordon e Robert Dilts, formavam o que pode ser descrito como o “dream team” da PNL da época. Foi Leslie quem propôs a criação de um programa estruturado, visando proporcionar um aprendizado mais coeso e sistemático, diferenciando-se das sessões esporádicas e abertas que eram comuns até então.
Apesar da equipe estelar, o curso enfrentou desafios significativos, especialmente relacionados à coordenação entre os instrutores. A falta de sincronia no conteúdo ensinado começou a criar confusão entre os participantes, que expressaram insatisfação e dificuldade em compreender como as diversas partes se integravam. Essa situação levou a uma certa frustração entre os alunos, chegando ao ponto de causar revolta.
Frente a esses desafios, Steve e Connirae Andreas, que atuavam como assistentes no curso, perceberam a necessidade urgente de uma intervenção. Organizaram um fim de semana adicional de três dias focado em ajudar os participantes a integrar o conhecimento adquirido. Esse esforço foi crucial e, ao retornar, John Grinder notou uma melhora significativa na dinâmica do grupo.
Encorajados por essa experiência, Steve e Connirae Andreas assumiram a liderança na promoção deste grupo de instrutores em Santa Cruz nos anos seguintes, aprimorando o design do curso e influenciando a estrutura dos programas de Practitioner em todo o mundo.
A partir dessas fundações, a Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística adotou e adaptou esses ensinamentos, lançando em 2013 o “Practitioner da Nova Geração“. Este curso atualizado reflete as evoluções recentes da PNL e está focado em aplicar as técnicas ensinadas de maneira prática, auxiliando no desenvolvimento pessoal e profissional dos participantes, desde a criação de empatia até a resolução de conflitos.
Assim, o Practitioner em PNL da SBPNL representa não apenas a continuação de uma tradição educacional valiosa, mas também uma evolução adaptada às necessidades contemporâneas, prometendo transformações significativas e duradouras na vida de seus participantes.